Prosimetron

Prosimetron

sábado, 24 de abril de 2010

Bona nit!*



*Obrigada, Miss Tolstoi, pela deixa.

A cidade dos prodígios

http://lh5.ggpht.com/_uMcocnFPpfI/SDVauxQw13I/AAAAAAAABDI/4ZTYw7Q0nsM/Arc+de+Triomf+Barcelona+1900-1930.jpg

«No ano em que Onofre Bouvila chegou a Barcelona, a cidade encontrava-se em plena febre de renovação. Esta cidade fica situada no vale que as montanhas da cadeia costeira deixam ao retirar-se um pouco para o interior, entre Malgrat e Garraf, que deste modo formam uma espécie de anfiteatro. Ali o clima é temperado e sem altos e baixos: o céu costuma ser claro e luminoso; as nuvens, poucas, e mesmo estas brancas; a pressão atmosférica e estável; a chuva, escassa, mas por vezes traiçoeira e torrencial.» Eduardo Mendoza
In: A cidade dos prodígios. Lisboa: Dom Quixote, 1988

A cidade dos prodígios é um romance apaixonante que se desenrola na Barcelona de final do século XIX e inícios do século XX.

"Délicatesse", um afecto que aprecio.

Esta crónica foi escrita por João Bénard da Costa a lembrar um amigo, Fernando Azevedo. A palavra délicatesse para recordar o amigo tornou este pedaço de prosa um pensamento a reter.

Fernando Azevedo, Fotografia retirada do livro que está referenciado.

"Ninguém deu mais e melhor a ver (o que eu aprendi com ele, quando orientava as visitas guiadas às exposições da Gulbenkian), ninguém escreveu melhor sobre os melhores e mais novos, ninguém organizou ou promoveu mais exposições individuais de artistas, mais monografias de pintores. Morreu sem que se tenha feito uma grande retrospectiva sobre a sua obra, sem que exista um só volume consagrado a ele. Ninguém fez mais pelos outros. Sobre ninguém, com o tamanho dele, se fez tão pouco. nunca o ouvi queixar-se.
Mas não era modéstia não. Pensando mais, pensando melhor, a única palavra que me ocorre é délicatesse, no sentido de Rimbaud no verso célebre. «Par délicatesse/j'ai perdu ma vie»."

João Bénard da Costa, Crónicas: Imagens Proféticas e Outras, Lisboa: Assírio & Alvim, 2010, p. 53

Chanson de la plus haute tour

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les coeurs s'éprennent.

Je me suis dit : laisse,
Et qu'on ne te voie :
Et sans la promesse
De plus hautes joies.
Que rien ne t'arrête,
Auguste retraite.

J'ai tant fait patience
Qu'à jamais j'oublie ;
Craintes et souffrances
Aux cieux sont parties.
Et la soif malsaine
Obscurcit mes veines.

Ainsi la prairie
A l'oubli livrée,
Grandie, et fleurie
D'encens et d'ivraies
Au bourdon farouche
De cent sales mouches.

Ah ! Mille veuvages
De la si pauvre âme
Qui n'a que l'image
De la Notre-Dame !
Est-ce que l'on prie
La Vierge Marie ?

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les coeurs s'éprennent !

Arthur Rimbaud

Nota - Alterei o post às 19;10h porque dei voltas e voltas e não consegui descobrir, com a certeza absoluta, um quadro de Fernando de Azevedo. Vou ter que arranjar um livro sobre ele.

Barcelona: Tibidabo




«Começava a anoitecer quando emergi das escadas do Metro. Deserta, a Avenida Tibidabo desenhava uma fuga infinita de ciprestes e palácios sepultados numa claridade sepulcral. Vislumbrei a silhueta do eléctrico azul na paragem, a campainha do revisor ceifando o vento.»
Carlos Ruiz ZafónA sombra do vento


Lisboa: Dom Quixote, 2004

Pensamento!

M.C.Escher, Magic Mirror,1946
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"O mundo é uma miragem e os homens sombras levadas
pelos ventos sábios do Destino".

Oliveira Martins, História de Portugal

Barcelona

Em memória de Francese Ferrer.

Ao menos um passeio pelo Bairro Gótico


http://www.icypole.net/barca/Barri-Gotic-detail.jpg

«Quando penetrou no Bairro Gótico, fui atrás. Em breve o seu vulto se perdeu sob pontes estendidas entre palácio. Arcos impossíveis projectavam sombras dançantes sobre as paredes. Tínhamos chegado à Barcelona encantada, o labirinto dos espíritos, onde as ruas tinham nome de lenda e os duendes do tempo andavam atrás de nós.»
Carlos Ruiz ZafónMarina


Papa em Lisboa a 11 de Maio

Para muitos o destino está traçado desde a hora do nascimento. Está explicado porque é que Sua Santidade vem este ano de 2010 a Lisboa, e não veio antes, o Ano-passado, para a consagração da nova Basílica de Fátima. É que este ano vem a Lisboa festejar a consagração de Jesus.

Nostalgia...2

John Williams plays Sueno en la Floresta

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro - 5


Mestre holandês desconhecido - Natureza morta com livros
Óleo sobre madeira, ca 1628

OS MEUS LIVROS
Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.

Jorge Luis Borges
In: Obras completas. Lisboa: Teorema, 1998, vol. 3, p. 113

Não pude deixar de pensar em duas pessoas que me são muito queridas.

Sem Comentários...

Ermida Nossa Senhora da Conceição, Belém, Lisboa .

Dia Mundial do Livro - 4


François Bonvin (1817-1887) - Still life with book, papers and inkwell, 1878
Londres, The National Gallery

«Livros cerrados, não fazem letrados.»


O LIVRO FECHADO

Quebrada a vara, fechei o livro
e não será por incúria ou descuido
que algumas páginas se reabram
e os mesmos fantasmas me visitem.
Fechei o livro, Senhor, fechei-o,

mas os mortos e a sua memória,
os vivos e sua presença podem mais
que o álcool de todos os esquecimentos.
Abjurado, recusei-o e cumpro,
na gangrena do corpo que me coube,

em lugar que lhe não compete,
o dia a dia de um destino tolerado.
Na raça de estranhos em que mudei,
é entre estranhos da mesma raça
que, dissimulado e obediente, o sofro.

Aventureiro, ou não, servidor apenas
de qualquer missão remota ao sol poente,
em amanuense me tornei do horizonte
severo e restrito que me não pertence,
lavrador vergado sobre solo alheio

onde não cai, nem vinga, desmobilizada,
a sombra elíptica do guerreiro.
Fechei o livro, calei todas as vozes,
contas de longe cobradas em nada.
Fale, somente, o silêncio que lhes sucede.

Rui Knopfli (1932-1997)
In: O corpo de Atena. Lisboa: IN-CM, 1984, p. 67

Um livro, um filme.


A Melodia do Adeus (The Last Song) é o filme que hoje anda na minha cabeça, porque foi o filme da última noite. Por vezes o amor tem formas estranhas de comunicar. Mas é um filme que também está relacionado com o tema que mundialmente se evoca hoje, o livro. Não só porque é a transformação em imagem de um livro (escrito por Nicholas Sparks), mas antes pelo prazer de ver dois jovens, de 17 anos, a lerem livros, bons livros... e um deles citar uma passagem do livro do outro, não como o tradutor a escrever, mas sim com o som (língua original) com que o autor imaginou aquela frase. E para mais, trata-se de um autor russo a ser citado por um americano. Autor que tem levado muitos cidadãos do mundo a aprender russo apenas para poderem ter o prazer de ler os seus escritos na língua original. Estou a falar de Leo Tolstói.... o livro era Anna Karenina, mas também poderia ser Guerra e Paz.
E este post é dedicado a quem hoje me mandou uma rosa, inspirando-se no costume que JMS relatou de Barcelona.

Borges e os livros


Nestes dias que celebram o livro e, consequentemente, a leitura, lembro-me sempre de Jorge Luís Borges. O homem dos livros, das bibliotecas, da leitura até quando já não se pode ler e têm de ler para nós. E neste seu livro, O Fazedor, um dos meus preferidos do grande argentino, há um poema, Limites, que tem estes versos:
Há um espelho que me viu pela última vez.
Há uma porta que fechei até ao fim do mundo.
Entre os livros da minha biblioteca ( estou a vê-los )
Há alguns que nunca abrirei.
São versos que me marcaram e me marcam profundamente. Sobre a brevidade da vida humana e a derivada impossibilidade de lermos tudo o que temos, já para não falar de tudo o que queremos (ler).

Citações - 83 : Dos livros e da leitura

O homem constrói casas porque está vivo, mas escreve livros porque sabe que é mortal.Vive em sociedade porque é gregário, mas lê porque se sente só. A leitura constitui para ele uma companhia que não ocupa o lugar de nenhuma outra, mas que nenhuma outra poderia substituir. Não lhe oferece nenhuma explicação definitiva acerca do seu destino, mas tece uma apertada rede de conivências entre a vida e ele. Ínfimas e secretas conivências que falam da paradoxal alegria de viver, mesmo quando referem o trágico absurdo da vida. Por isso as razões que temos para ler são tão estranhas como as que temos para viver.

- Daniel Pennac, Como Um Romance (trad. de Francisco Paiva Boléo ), Asa.

Um quadro por dia - 56

Hammershoi, Vilhelm, Interior com jovem lendo, 1898.

Neste Dia Mundial do Livro não podia o quadro do dia deixar de aludir à data, e assim é pela mão de um pintor que é do agrado de vários prosimetronistas. Aliás, espero que esta tela ainda não tenha aparecido por aqui já que confiei na minha memória e nem pesquisei.

Dia Mundial do Livro - 3

«Não importa a quantidade de livros que tens, mas a sua qualidade.»
Séneca

Dia Mundial do Livro - 2


Cartaz de José Manuel Saraiva.

«Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a humidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo [...].»
Paul Valéry (1871-1945)

A propósito deste dia...


talvez não saiba que «O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril, dia de São Jorge. Esta data foi escolhida para honrar a velha tradição catalã segundo a qual, neste dia, os cavaleiros oferecem às suas damas UMA ROSA VERMELHA DE SÃO JORGE (Saint Jordi) e recebem em troca, UM LIVRO. Em simultâneo, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare e Cervantes, falecidos em 1616, exactamente a 23 de Abril. Partilhar livros e flores, nesta primavera, é prolongar uma longa cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão».
( no site do Instituto Português do Livro e da Leitura)

Livros! Caetano Veloso

No dia do livro um hino aos livros em português do Brasil e não só!

"Deus- Menino. Deus-criança", nas crónicas de João Bénard da Costa

No dia mundial do livro presto a minha homenagem a João Bénard da Costa e às suas Crónicas que me estão a deliciar.
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Maarten de Vos, (1532–1603), Saint Luke painting the Virgin Mary,1602
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Oil on panel, 270 x 217 cm
Koninklijk Museum voor Schone Kunsten, Antwerp

"Deus-Menino. Deus-criança. Tão espantosas expressões. Porque, se só nos guiássemos pela memória. Deus era o velho das barbas ou o adulto crucificado. Antes de Cristo, depois de cristo, houve deuses crianças, deuses meninos, mas sempre vistos como filhos ou servidores de deuses grandes, percursores de anjos e não percursores do Filho do Homem. Seja o que for e como for a nossa ideia de Deus (apesar de Deus estar para além de qualquer ideia) há como que uma rejeição de divindade de Jesus do presépio, uma espécie de impossibilidade racional de conciliar Deus com um bébé. (...)
Nenhum evangelista nos falou do Menino a brincar ao colo da Mãe, ou do descanso da Sagrada Família do Egipto. Se essas imagens são tão insistentes, na tradição iconográfica e textual, é porque sentimos a necessidade de contrapor aos mistérios doloross os mistérios gozosos. a imagem da criança é a imagem do todo novo, do «cordeiro divinal» ainda silencioso".

João Bénard da Costa, Crónicas: Imagens Proféticas e outras, 1º Volume,Lisboa: Assírio & Alvim, 2010, p.135

Dia Mundial do Livro, Gil Vicente!

No dia Mundial do Livro lembrei-me de Gil Vicente e do Auto da Alma por causa da sua representação no Teatro D Maria II com o título:
MISERERE, (O Auto da Alma e outros textos de Gil Vicente), com encenação e Colagem de textos de Luis Miguel Cintra.

Imagem retirada daqui
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(...)
Vem o Anjo Custódio, com a Alma, e diz:

Anjo xxxxxAlma humana, formada
xxxxxxxxx de nenhuma cousa feita,
xxxxxxxxx mui preciosa
xxxxxxxxxde corrupção separada,
xxxxxxxxxe esmaltada
xxxxxxxxxnaquela frágoa perfeita
,

xxxxxxxxxgloriosa!
xxxxxxxxxPlanta neste vale posta
xxxxxxxxxpera dar celestes flores
xxxxxxxxxolorosas,
xxxxxxxxxem a alta costa,
xxxxxxxxxonde se criam primores
xxxxxxxxxmais que rosas!
x
xxxxxxxPlanta sóis e caminheira!
xxxxxxxque ainda que estais, vos is
xxxxxxxdonde viestes.
xxxxxxxVossa pátria verdadeira
xxxxxxxé ser herdeira
xxxxxxxda glória que conseguis:
xxxxxxxandai prestes,
xxxxxxxAlma bem-aventurada,
xxxxxxxdos anjos tanto querida,
xxxxxxxnão durmais!
xxxxxxxUm ponto não esteis parada,
xxxxxxxque a jornada
xxxxxxxmuito em beve é fenecida,
xxxxxxxse a tentais.
(...)

Excerto da peça transcrita daqui

Dia Mundial do quê?

Livro? Mas o que é um livro? Alguém sabe o que é um livro? Quanto tempo dura a bateria? Para os que já não sabem e para aqueles que ainda não sabem o que é um livro aqui fica a resposta... basta fazer duas vezes " clique" (a segunda vez para colocar o filme a rodar).

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Obrigada MR!

Este bouquet para agradecer os attachments com a poesia do Prosimetron


Mark Twain, de novo


«As biografias são apenas as roupas e os botões da pessoa. A vida da própria pessoa não pode ser escrita.»
Mark Twain

( IN ) SEGURANÇA RODOVIÁRIA

Esta não é uma ocorrência do quotidiano mais prosaico, embora envolva uma scooter. Este senhor que vemos na foto é o cidadão britânico Colin Furze, acusado recentemente de uso ilegal de arma por ter instalado um lança-chamas na traseira da sua scooter. Imagine-se se a moda pega...

Freddy Locks

E se eu vos disser que o Freddy Locks é na verdade Frederico Oliveira, nascido em Alvalade no ano de 1977? Acreditem, que é verdade. É o mais conhecido e melhor cantor português de reggae , sendo autor do que canta. E, como convém a um homem do reggae, é Rastafari.
Pois é, reggae à portuguesa que soa bem.

Mark Twain, ainda


http://www.astrosurf.com/carreira/img/lua/lua_sky90_20041005_0653_t.jpg

«Cada um de nós é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém.»
Mark Twain

Citações - 82 : Da privatização dos CTT



(...) O eng.Sócrates não herdou Portugal ( nem os Correios ), não conquistou Portugal ( nem os Correios ), não comprou nem os Correios nem Portugal ( embora aqui surjam notícias desencontradas ) . Entretanto, pretende, ele e o seu PEC, regredir civilizacionalmente 500 anos e seguir o exemplo do rei castelhano: receber uns maravedis vendendo os CTT ao que, muito plausivelmente, se poderá presumir ser um cavaleiro da sua casa.
Quando é que se despacha esta encomenda?
Este é um excerto do divertido e formativo ( pela resenha da História dos Correios em Portugal ) artigo de Ruben de Carvalho intitulado Setenta Mil Cruzados! publicado no Expresso de sábado passado.
Também partilho das preocupações de Ruben e muitos outros quanto à eventual privatização dos CTT- primeiro, porque é uma empresa pública que dá lucro ao contrário de tantas outras, segundo, porque temo pelas consequências da "liberalização do sector" designadamente no interior do país.

Dia da Terra


Há Dias para tudo. Hoje é o Dia da Terra, criado em 1970 pelo Senador dos E.UA, Gaylord Nelson, activista ambiental.


xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxO Google hoje está assim

Na primeira manifestação participaram duas mil universidades, dez mil escolas primárias e secundárias e centenas de comunidades. A pressão social teve seus sucessos e o governo dos Estados Unidos criou a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency) e uma série de leis destinadas à proteção do meio ambiente.

Fonte: Wikipédia

FLOR DE AMEIXIEIRA


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdSA2kEJWHqbi56jfGDSUJFHo8bWBJCe8SyB8GeX7rdvT6IfuzjXApOSQb9nuMRLX_caks75IQo3D79Eu9LeoLqBpd7K9mIZ_ZFmmfF4hQA_NKnYBLhtdvn4yFUKfne6zYYYGLpDRrF2tv/s1600-h/P3020076-1.JPG

Ao chegar a primavera murmura o arroio no sombrio vale
Resplandece a flor da ameixieira entre ervas e espinhos
À noite o uivo do vento leste fende as rochas
E acompanha no seu voo a neve através do desfiladeiro.

Su Dongpo (1035-1101)
In: A flor da ameixieira / trad. Adelino Ínsua. Guimarães: Pedra Formosa, 2000, p. 7

Nostalgia...1

Azulejos e Cerâmica, uma exposição!

Exposição de René Bartholo "PÁSSARO EM TERRA", Azulejo e peças cerâmicas.
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Inaugura dia 24 de Abril, às 18 horas, na Galeria Ratton,
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Rua da Academia de Ciências, 2 C, Lisboa
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Anjo (1972 - 2001) - Faiança policroma - Colecção Ratton Cerâmicas
x 56x56cm
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Fotografia Teresa Santos e Pedro Tropa.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Boa noite!


Esta noite tenho ouvido o cd Mi Buenos Aires querido, no qual Barenboim toca alguns tangos da sua cidade natal. Depois de ter visto Barenboim no Arpose fiquei com imensa vontade de ouvir este disco, um dos que mais oiço. E como não encontrei nenhuma música do disco, deixo um tango de Mariano Mores, pela Orquestra Filarmónica de Viena, dirigida por Daniel Barenboim, em Schönbrunn, 4 Jun. 2009.

Nina

Porque ela morreu a 21 de Abril de 2003. Este tema, verdadeiro "hino" de esperança, é fabuloso e muito apropriado para evocar esta grande cantora e mulher.
Quando parece que não temos nada a nosso favor, a verdade é que...

1910 - 15



http://www.providencestl.org/mark-twain-festival.html

Passam hoje 100 anos sobre a morte de Mark Twain, autor que encantou a infância e juventude de muitos de nós, com obras como Tom Sawyer, Huckleberry Finn ou O príncipe e o pobre.
APS, alguns destes livros devem fazer parte do seu baú... :)

Os meus franceses - 100

O ballet, uma escultura em movimento...

Pierre Carrier-Belleuse, pintor francês (1851-1933), filho do escultor e pintor Albert-Ernest Carrier-Belleuse foi pupilo de Alexandre Cabanel e do decorador Galland na École des Beaux-Arts.
Expôs pela primeira vez no Salão de Paris em 1875. Recebeu uma menção honrosa pelo seu trabalho em 1887 e a medalha de prata da Exposição Universal de 1889.
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Uma lição de Ballet no início do século XX, visto por um pintor
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Pierre Carrier Belleuse, The Ballet Lesson 1914
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"O ballet é a escultura em movimento, Walter Sorell "

Uma lição de Ballet no século XXI

Yvette Chauvire coaches Florence Clerc Giselle Paris Opera Ballet

A lua e as estrelas

The Moon and the Stars. Um filme de John Irvin (2007) que não sei se passou pelo grande ecrã, em Portugal. Foi a minha companhia nesta noite. "O mundo lá fora é tão cruel". "É tudo um faz de conta, talvez por isso o amemos".

INTÉRPRETES:
Jonathan Pryce, Alfred Molina, Catherine McCormack, András Bálint, Roberto Purvis, Rupert Friend, Joanna Scanlan, Surama De Castro, Ivano Marescotti, Niccolò Senni.

Ame amanhã


A Vigília de Vénus
Ame amanhã quem nunca amou, quem já amou ame amanhã.
Uma nova Primavera, uma Primavera que canta e nela todo o mundo renasce;
na Primavera harmonizam-se os amores, na Primavera enamoram-se as aves
e o bosque liberta a folhagem entrelaçada pelas bátegas de chuva.
Amanhã aquela que une os amores entre as sombras das árvores
entrelaçará verdejantes choupanas com rebentos de mirto;
amanhã Dione, no sublime trono apoiada, ditará as suas leis.
Ame amanhã quem nunca amou, quem já amou ame amanhã. [...]

Poema de Tiberiano in Poemas de Amor Antologia Poética Latina (I aC- III), selecção e tradução anotada de Inês de Ornellas e Castro, Maria Mafalda de Oliveira Viana, Lisboa, Relógio de Água, 2009, p. 157.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um Santo Mártir em Lisboa…

Aproveitando uma das minhas idas à Universidade Católica passei pelo Palácio da Ajuda. Ao dirigir-me para Lisboa Ocidental fui à Bénard e à Basílica dos Mártires. Na Basílica fiquei a saber que o dia 19 de Abril é consagrado ao Santo Expedito. Apercebi-me, então, que o Prosimetron nasceu no dia dos festejos do santo. Sabiam ?
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Santo Expedito



Santo Expedito foi um chefe militar da XII Legião Romana que se destacou na defesa do distrito de Melitene, na Capadócia, sede de uma das províncias romanas da Arménia, no final do século III. A legião que comandava defendia as fronteiras orientais dos ataques dos bárbaros asiáticos.

O santo acabou por se converter ao cristianismo bem como os seus homens o que lhe valeu a perseguição do Imperador Diocleciano que o mandou flagelar e decapitar no dia 19 de Abril de 303 d.c.
Deixando a vida devassa que levara acabou por se tornar um mártir cristão.

Os meus franceses - 99


Para o Filipe.

Bom dia!


20 de Abril


E cinco anos passaram sobre a eleição de Bento XVI (a 19 de Abril de 2005)... E três anos sobre a data em que deixou de haver limbo. Muitos diziam que tinha sido o purgatório que tinha acabado. Mas não, o que acabou foi o limbo; o "espaço" entre o inferno e o paraíso destinado a acolher as pobres criancinhas que morriam antes de serem baptizadas.

Na imagem um pormenor do fol. 113v.º, de Les Très Riches Heures du duc de Berry. Chantilly, Musée Condé.

Respondendo a APS...


O vinho que acompanhou o jantar. Um bocado trepador...
http://www.domaine-wardy.com/popup/terroirs.html

segunda-feira, 19 de abril de 2010

São servidos?


cop. José Caria / Visão
Uns quantos prosimetronistas vão-se começar a bater com algumas destas delícias. E não só.
Bom jantar!

Hip hip urra!


Tarde e a más horas, junto-me ao coro dos prosimetristas na celebração deste segundo aniversário. Para não desafinar bebo uma taça de champagne que compartilho com todos, os que escrevem e os que nos lêem, pedindo desculpa "por qualquer coisinha". Neste espaço de liberdade e de amizade que se foi criando e fortalecendo, que passem muitos mais anos.

Parabéns e resposta a um desafio.


Esta imagem já apareceu a ilustrar três posts (pelo menos) no Prosimetron. Duas vezes assim e uma outra noutro contexto. É que, por vezes, olhamos e tornamos a olhar para uma imagem e não vimos o que nela está.
Efectivamente esta maravilhosa escultura julgo que não passou de uma prenda virtual. Foi "feita" ou "imaginada" para servir de presente. Presente oferecido por Baltasar ao Menino Deus. É o ouro que o Mago ofereceu ao Messias. O seu autor foi Hieronymus Bosch.
Aliás este quadro está cheio de esculturas. Uma outra que me apaixonou foi a das duas cegonhas nos seus cânticos de acasalamento, símbolo da natalidade e do nascimento. Essa escultura encontra-se a “coroar” a “coroa” do Mago Baltasar, que dado estar de ajoelhado a colocou no chão.

Mas se olharem melhor para a primeira imagem podem reparar que o que pode, à primeira vista, parecer uns "pés" para a base da escultura, parecem ser antes uns pequenos sapos a serem esmagados. Sapos, um dos símbolos de heresia... Aliás cada representação, cada escultura, cada pormenor deste quadro, podem suscitar reflexões e voos...

E quem é a figura que está à porta com uma "coroa" de espinhos que só podem ser observados porque tirou a "cobertura" dos mesmos... cobertura essa que conserva na mão, em atitude de respeito (?).

E assim aproveito para dar os parabéns ao Prosimetron. Espaço amado por todos os que nele colaboram e por todos os que o visitam. Como um outro João um dia escreveu: a Luz brilha, as trevas é que, por vezes, não deixam ver essa Luz.

O quadro está no Museu do Prado, em Madrid.

O preceptor da Alemanha


Há 450 anos, a 19 de Abril de 1560, falecia Philipp Melanchthon.

Filósofo, filólogo e teólogo, foi um dos principais impulsionadores da Reforma protestante na Alemanha. Com apenas doze anos ingressou na Universidade de Heidelberg, onde rapidamente concluiu o”Baccalaureus artium” para continuar os seus estudos de filosofia, matemática, música e astronomia em Tübingen. Dominando na perfeição o latim e o grego antigo, publicou uma gramática grega aos 15 anos. Impressionado pelas novidades, vindas de um monge de nome Martinho Lutero, partiu rumo a Wittenberg. Aberto às exigências do reformador, iniciou o seu professorado na universidade dessa localidade. Ensinando a língua grega, pretendia adquirir e transmitir novos conhecimentos através do estudo humanista de obras da Antiguidade. Intitulado “Praeceptor Germaniae”, dedicava-se com paixão e entusiasmo a este objectivo e uma educação profunda em vários campos permitia-lhe estabelecer facilmente ligações entre as diferentes ciências. Seus livros tornaram-se de leitura obrigatória nas escolas da época.
Melanchthon introduziu uma reforma escolar e universitária com especial atenção na educação clássica e humanista. O conceito liceal, ainda hoje seguido na Alemanha, remonta, na sua forma “primitiva”, a Melanchthon. E sob a sua direcção, tornou-se a Universidade de Wittenberg na instituição de ensino superior mais significativa da Europa.


O “preceptor” redigiu em 1521 a primeira dogmática luterana: Loci communes rerum theologicarum. Seu contributo na tradução da Bíblia, orientada por Lutero, terá sido incalculável, tendo em consideração que Melanchthon superava Lutero, quer em matéria de línguas antigas, quer em conhecimento da Escolástica medieval. Melanchthon interveio ainda na constituição da chamada “Confissão de Augsburgo” em 1530, documento chave da identidade da fé cristã protestante, apresentado a Carlos V durante a Dieta de Augsburgo (Baviera). Mas ao contrário de outros apoiantes da Reforma, aspirava a uma “reunificação” das duas confissões.

Philipp Melanchthon foi sepultado na Igreja Palatina de Wittenberg, ao lado de Martinho Lutero.


Segunda imagem: Tríptico da autoria de Lucas Cranach o Velho, mostrando no painel esquerdo Melanchthon a baptizar um recém-nascido na companhia de Martinho Lutero.