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terça-feira, 17 de agosto de 2010

As 50 famílias ou Um país de fidalgos

Este post nasce da confluência de coisas várias, de uma conversa com o JMS sobre o bon mot do Prof.Victor Vladimiro Ferreira de Portugal ser até ao 25 de Abril o país das 50 famílias, com uma forte consanguinidade das elites, comprovável especialmente nos sectores mais endogâmicos como o corpo diplomático, sendo certo que hoje talvez devamos falar de 500 famílias; passando pela verificação mais ou menos recente de certos parentescos mais ou menos surpreendentes. Passo a explicar. Querem um parentesco mais surpreendente do que a Dra.Teresa Caeiro, ex-governante e deputada do CDS, como sobrinha-neta de Mário Cesariny de Vasconcelos? Ou o ainda mais recentemente trazido à luz do dia de Inês Pedrosa ser sobrinha-bisneta e herdeira de Adelaide Feteira, mulher do Comendador Lúcio Tomé Feteira, o capitão de indústria de quem agora se voltou a falar?
Já para não falar dos cuidados que tenho de ter muitas vezes ao abordar certas figuras históricas, pois que tanto me dou com descendentes de ilustres vultos republicanos como dos respectivos contrapartes do estertor da monarquia portuguesa. Ainda me lembro do brilho nos olhos com que um amigo meu (o Eurico Lopes, não o actor mas um seu homónimo) me dizia ser descendente do José Júlio da Costa quando tomou conhecimento das minhas simpatias monárquicas...
Uma das razões para termos este país de fidalgos ( no sentido de filhos de algo ) será certamente a pequenez do mesmo, mas outra poderosa razão será o facto de a capilaridade social só se ter realmente começado a sentir nas décadas mais recentes...


2 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Lateralmente, não pude deixar de me lembrar desta frase do "Escritor Fantasma": "Quem quer uma árvore genealógica vai a um viveiro de árvores." Isto quando o aubiografado (se assim se pode dizer) queria colocar todos os seus ascendentes (de que se honrava muito, claro, senão ignorá-los-ia) no início do livro.

Anónimo disse...

:)))))))))