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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Peniche e a memória



É curioso ver um dos melhores arquitectos do mundo, ainda recentemente convidado para uma prestigiada academia norte-americana, afastado de um projecto. Mas foi o que aconteceu relativamente à transformação do Forte de Peniche em pousada. Tudo porque Siza Vieira estava contra o elevamento do edifício em mais dois pisos e também contra o apagamento da memória histórica do Forte como prisão política.
Não me incomoda que se transforme o Forte em pousada, porque realmente como proto-espaço museológico estava muito fraquinho e não havia verbas, mas será necessário eliminar as referências às décadas passadas como estabelecimento prisional? Não percebo a necessidade de branquear a história do Forte, que até pode ser uma mais-valia se bem aproveitada ( veja-se o exemplo de Alcatraz ).

1 comentário:

MR disse...

Não seriam muitos os arquitectos que se afastariam do projecto, tal como o fez Siza Vieira.
E isso de aumentar dois pisos a um forte...
Há poucos anos chocou-me ver um arquitecto que admiro, Manuel Tainha, 'colaborar' na destruição da casa Almeida Garrett.
Voltando a Peniche, o espaço museológico era fraco (visitei-o uma única vez), mas se calhar porque o investimento no projecto também foi fraco.