Prosimetron

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sábado, 28 de novembro de 2009

Liberdade e Coerência Cívica: Ernesto Melo Antunes


Ontem e hoje teve lugar, na Gulbenkian, o colóquio Liberdade e Coerência Cívica - O exemplo de Ernesto Melo Antunes na História Contemporânea Portuguesa.
Encontra-se ainda patente no átrio da Gulbenkian uma exposição evocativa de Melo Antunes.

COMO O CORAÇÃO

Tudo o que dizemos e fazemos
passa por esses momentos violentos do corpo,
onde os desejos vêm beber como os animais cansados
chegam aos grandes rios originários das nossas fundações.
Que memória consentir então aos corpos,
que lugar deserto às paixões, que curso
ao nosso descer o rio?

Tu não me respondes. Entramos no mais fundo
da pedra, no túmulo preterido, espólio
de um deus acossado, eu estrangeiro, eu esquecido.
Tu ocultas o coração, voltas-te de perfil
para as dunas, a pedra, pedra.
Não me respondes.

Como o coração, dizes.

Luís Filipe Castro Mendes
In: A Ilha dos Mortos
. Lisboa: Quetzal, 1991

Apeteceu-me ler este livro, belíssimo, mas não lhe consegui chegar. Então fui à net, de onde retirei este poema.

Lisboa acorda para

Lisboa acorda para o Natal...

Boa tarde!

Bom dia!


Ontem, no Chiado (Lisboa), uma mão colocou esta mensagem na minha. Como não sabia a quem passar... passo a todos!
Um bom dia, com um sorriso! e um obrigado!

Sting

Este é o vídeo de apresentação do novo álbum de Sting, If on a Winter's Night, com belas composições sobre o Inverno, o alaúde e a voz do músico britânico.

Viajar em segurança

- Cataratas da Foz do Iguaçu, fronteira Brasil/Argentina.

Não sei se já conhecem, mas o Netglobers é realmente uma comunidade virtual que vale a pena explorar. Tem tudo o que é preciso saber para viajar mais seguro, tanto do ponto de vista da saúde como da integridade física. Tem imensas sugestões e informações de outros turistas, bem como reportagens sobre riscos médicos, políticos e sociais, e debates acerca de 193 países. Por enquanto, ainda só existem as versões em inglês, francês e italiano, mas brevemente tudo estará disponível também em espanhol, alemão e português.
O portal é promovido pela conhecidíssima Europ Assistance, tem actualizações diárias e até um serviço de alertas por sms.
Aqui fica o endereço: http://www.netglobers.com

A.S.: Escolhas Pessoais VIII

Francisco de Aldana

Descendente de uma ilustre família de militares, Francisco de Aldana (1537?-1578) combateu em Itália, Países Baixos e África, ao serviço de Filipe II. Foi, comandando parte do tércio castelhano que apoiou o exército de D. Sebastião, que veio a morrer em Alcácer Quibir, a 4 de Agosto de 1578.
Com profundas convicções religiosas (Menendez y Pelayo: a julgar pelos seus versos, era, não só platónico, mas também místico.), todavia dotado de um espírito reflexivo e trágico, Aldana é um dos poetas renascentistas castelhanos que mais aprecio.
É notável a sua carta, em tercetos, dirigida ao célebre biblista Arias Montano, e que tem por título Carta a Arias Montano sobre la contemplación de Dios y los requisitos della, escrita em 7 de Setembro de 1577, cerca de onze meses antes de morrer em combate. Desta carta se transcreve um pequeno trecho bastante significativo:

Penso trocar o meu caminho
que segue tão vulgar, ir a direito
em direcção à pátria verdadeira;

entrar no mais secreto do meu peito
questionar no mais íntimo de mim
para onde vou, aonde estou e o que fiz.

E para que o erro nunca mais me assombre
nalgum refúgio alto e solitário
vou sepultar o ser, a vida e o meu nome.

E, como se aqui não tivera nascido
ficar além, qual eco ressoando
a doce voz de Deus, p’la alma ouvida.


Apreciado por Quevedo que lhe quis editar as obras, referido elogiosamente por Cervantes, admirado e estudado por Cernuda, a sua obra teve, porém, fortuna incerta. E ainda hoje a sua figura de poeta militar, a quem os contemporâneos chamavam “el Divino”, divide os estudiosos da literatura espanhola.

[gravura da batalha de Alcácer Quibir]

Em tradução livre, tal como a anterior, aqui deixo um soneto de Francisco de Aldana que é, para mim, um dos grandes poetas castelhanos do sec. XVI.

O ímpeto cruel do meu destino,
como me lança miseravelmente
de terra em terra, de uma a outra gente,
não permitindo a paz no meu caminho!

Oh, se depois de tanto mal, grave e contínuo,
rasgado o véu mísero e dolente
a alma, por um voo diligente
voltasse ao lugar donde partiu!;

iria pelo céu em companhia
da alma d’algum caro e doce amigo,
que na terra sofrera a mesma sorte;

oh! que montão de coisas lhe diria,
tais e tantas, e sem temer castigo
de fortuna, de amor, de tempo e morte !




P.S.: Francisco de Aldana nasceu, muito provavelmente, em Nápoles ou , pelo menos, aí passou a meninice e parte da adolescência.
António Valente (1520-1580), compositor e organista italiano, foi o autor desta “Gallarda (dança espanhola ligeira e alegre) Napolitana”.
São, assim, contemporâneos.
Post de Alberto Soares.

Visitas Guiadas em S. Vicente de Fora

Há novidades em S. Vicente de Fora, designadamente o restauro do coro alto, e vale a pena conhecer em pormenor o imponente mosteiro lisboeta pelo que são de aproveitar estas visitas guiadas:





Mais Informações AQUI

CENTRO CULTURAL DO PATRIARCADO DE LISBOA

Mosteiro de S. Vicente de Fora

Campo de Sta. Clara

1100-472 Lisboa

Tel.: 21 881 0500; Fax: 21 881 0555

ccultural@patriarcado-lisboa.pt

http://www.patriarcado-lisboa.pt/

João Abel Manta

Abre hoje ao público uma exposição de pintura de João Abel Manta, a qual se caracteriza pela deformação intencional das figuras o que lhe confere expressividade e dramaticidade. «Através de uma pincelada curta e arredondada define o contorno dos corpos ondulantes das personagens. O artista apresenta uma paleta contrastante de cores dominada por vermelhos, ocres, brancos e negros.» João Abel Manta foi ao longo da sua carreira várias vezes distinguido, nomeadamente com o Prémio de Desenho na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1961), a Medalha de Prata na Exposição Internacional de Artes Gráficas (Leipzig, 1965) e o Prémio de Ilustração na Exposição de Artes Gráficas de Leipzig (1975).
http://www.agendalx.pt/cgi-bin/iportal_agendalx/E0007795.html?area=Exposi%E7%F5es&tabela=exposicoes&genero=&datas=&dia=&mes=&ano=&numero_resultados= Palácio Galveias Campo Pequeno Lisboa 3.ª a 6.ª feira, das 10h00 às 19h00 sábado e domingo, das 14h00 às 19h00 Até 17 Jan. 2010

PENSAMENTO DO DIA

Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.

- Gabriel Garcia Marquez

PEDIDO DE NATAL

Uma vez que Manuela Ferreira Leite e o PSD andam pelas ruas da amargura, resta-nos o amável Eng.José Sócrates como "alvo".
Aqui fica esta, já natalícia, com um agradecimento ao amigo que ma deu a conhecer:















QUERIDO PAI NATAL!



ESTE ANO VOCÊ LEVOU O MEU CANTOR E DANÇARINO PREFERIDO, MICHAEL JACKSON.


MEU ACTOR PREFERIDO PATRICK SWAYZE


E A MINHA ACTRIZ PREFERIDA FARRAH FAWCETT...


QUERO LEMBRAR-LHE QUE O MEU POLÍTICO FAVORITO É O SÓCRATES
















Richard Zimler no Clube Literário do Porto



Richard Zimler, no Clube Literário do Porto,

domingo, dia 29, às 17h00

O Espelho Lento

Curta-metragem baseada num conto de Richard Zimler

No próximo domingo, dia 29 de Novembro, às 17h00, o Clube Literário do Porto e o escritor Richard Zimler convidam-no (a) a assistir à projecção de «Espelho Lento», uma curta-metragem de 22 minutos, baseada num conto do autor.

No final, Richard Zimler falará sobre o filme e a ligação dele com o seu novo romance, OS ANAGRAMAS DE VARSÓVIA. Neste contexto, falará sobre a ligação dos temas do filme com a nossa compreensão da História e do passado.

OBJECTIVO: Estabelecer um diálogo com a audiência sobre o filme e sobre os romances do autor.

Clube Literário do Porto
Rua Nova da Alfândega, n.º 22
4050-430 Porto
T. 222 089 228
Fax. 222 089 230
Email: clubeliterario@fla.pt
URL: www.clubeliterariodoporto.co.pt


Asa(s)!

As asas simbolizam o voo, a liberdade... Umas vezes parece que as ganhamos, outras que as perdemos!
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Albrecht Dürer, Wing of a Roller, 1512.
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Aguarela e gouache em vellum, 20x20cm, Graphische Sammlung Albertina, Vienna, Austria.
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1587
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Comeu e bebeu as Palavras preciosas -
O seu Espírito tornou-se forte -
Deixou de saber que era pobre,
E qe o seu corpo era Pó -
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Dançou ao longo dos Dias sem cor
E este Legado de Asas
Não passava de um Livro - O que a Liberdade
Concede a um espírito emancipado -
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Emily Dickinson, Poemas e Cartas, (org. Nuno Vieira de Almeida e trad. Nuno Júdice), Lisboa: Edições Cotovia, 2000, p. 131.

Coco Chanel e Igor Stravinsky


A história da relação entre Coco Chanel (Anne Mouglalis) e Stravinsky (Mads Mikkelsen). Realizado pelo holandês Jan Kounen, foi o filme de encerramento do Festival de Cannes de 2009. Estreia em breve em Portugal.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SONETO

Copado, alto, gentil Pinheiro manso,
Debaixo cujos ramos debruçados,
Do Sol ou Lua nunca penetrados,
Já gozei, já gozei mais que descanso.

Quando para onde estás os olhos lanço,
Tantos gostos ao pé de ti passados
Vejo na fantasia retratados
Tão vivos que jamais de ver-te canso.

Ah! Deixa o Outono vir, de um jasmineiro
Te hei-de cobrir; terás cópia crescida
De flores, serás honra deste oiteiro.

E para te dar glória mais subida,
No teu tronco feliz, alto Pinheiro,
O nome escreverei de Margarida.

José Anastácio da Cunha
In: Obra literária. Porto: Campo das Letras, 2001, vol. 1, p. 121

Participar em Lisboa


Agora é a altura de quem mora, trabalha ou estuda em Lisboa, fazer as suas sugestões através do Orçamento Participativo. Podemos obter informação, apresentar propostas ou votar nas que já estão feitas.
O endereço electrónico é http://www.cm-lisboa.pt/op

Sugestões para o fim de semana prolongado - 3

Uma vez que este blogue conta com vários gourmands ( e se calhar também gourmets ) , aqui fica a sugestão de passar este fim de semana pelo Convento do Beato, em Lisboa, e participar da 4ª Edição do Porto e Douro Wine Show e Lisboa Gourmet. Provas de vinho comentadas, sessões de culinária com chefes de cozinha e outras iniciativas. O horário é entre as 15h e as 21h.

Pintar a solidão - 13

Carel Willink, - Symeon. Óleo sobre tela, 1939, Haags Gemeentemuseum, Haia.

Depois de nesta série já ter figurado São Jerónimo, volta-se a uma das grande solidões dos primórdios do Cristianismo: a solidão dos eremitas. Agora, com o mais famoso e o mais radical de todos, S.Simeão Estilita, que passou os últimos trinta anos da sua vida a viver em cima de uma coluna em Telanissos, na Síria do Norte, aqui retratado por Carel Willink ( 1900-1983 ), um dos expoentes do realismo mágico holandês.
Está bem documentada a permanência de Simeão em cima da coluna entre 417 e a sua morte em 459. Era alimentado por um sistema de roldanas e visitado por crentes de toda a Síria e países vizinhos. O seu exemplo fundou a corrente do eremitismo estilita que perdurou durante séculos com centenas de imitadores: o último a constar dos anais é um Lázaro a viver em cima de uma coluna nos arredores de Éfeso em 1013...

Auto-retrato(s) - 38

Léon Spilliaert - Autoportrait aux masques. Tinta da China e lápis de cor sobre papel, 1903. Louvre, fonds Orsay, Paris.

Léon Spilliaert ( 1881-1946 ) , vizinho e contemporâneo de James Ensor em Ostende, é um bom exemplo das particularidades do Simbolismo belga, pelo menos na primeira parte da sua carreira quando os seus problemas psíquicos, que o fizeram estar à beira da loucura durante alguns anos, terão inspirado várias telas, e entre elas vários auto-retratos como este aux masques de que gosto bastante. Ultrapassados os problemas psíquicos, Spilliaert tornou-se nas últimas décadas da sua vida um paisagista com também belas telas, ainda que muito mais monótonas do que as criações de juventude...

Quotidianos - 27

Alguns quadros de Vincenzo Campi (1536-1591), lembrando um bom amigo que era um óptimo cozinheiro.


Marta na cozinha
Óleo sobre tela
Moden, Galleria Estense



Os Negociantes de Peixe
Óleo sobre tela, c. 1580


Vendedeira de Fruta
Óleo sobre tela, c. 1580
Milão, Pinacoteca di Brera



Cozinha
Óleo sobre tela, c. 1580
Milão, Pinacoteca di Brera



Vendedores de galinhas
Óleo sobre tela, c. 1580
Milão, Pinacoteca di Brera


Saudades do João Pedro e das suas comidas.

Uma "estória" ficcionada e desenhada

Fiat lux: dixit Deus, et facta est lux (Gn. 1:3);

Saltério Glosado
Manuscrito com iluminuras.
Data: c. XIII/XIV

Paris: Bibliothèque nationale de France.
Cota: Lat. 8846.


f. 1r, Cenas do Antigo Testamento: Génesis
Deus fazendo a luz (Gén. 1: 3);
Deus criando o firmamento no meio das águas (Gn. 1:6);
Deus separando as águas da terra (Gn. 1:9);
Deus criando o Sol e a Lua (Gn. 1:16);
Deus criando as aves e os peixes (Gn. 1:21);
Deus criando os animais e Adão, à sua imagem e semelhança (Gn. 1:24,26);
criação de Eva, com um anjo entregando um pedaço de barro a Deus para que produza a sua carne (Gn. 2:21-22);
Deus adverte Adão e Eva sobre a proibição de comer os frutos da árvore da sabedoria(Gn. 2:17);
Adão e Eva comem do fruto, tentados pela serpente (Gn. 2:13);
expulsão de Adão e Eva do paraíso (Gn. 3:23-4);
Adão a cavar e Eva a fiar junto dos seus filhos (Gn. 3:16-19);
a oferenda de Caim é recusada por Deus, enquanto que a de Abel é aceite e abençoada por Ele (Gn. 4:3-5).

f. 2r, Cenas do Antigo Testamento: Génesis, Êxodo, Números
A chegada de Jacob e sua família ao Egipto e Jacob a abraçar José (Gn. 46:29-30);
José apresenta Jacob ao Faraó (Gn. 47:7);
o Faraó ordena às parteiras que matem todos os varões recém-nascidos israelitas (Ex. 1:16-22);
nascimento de Moisés e o seu resgate no Nilo pela filha do Faraó (Ex. 2:5-6);
Deus aparece a Moisés como um arbusto em chamas (Ex. 3:1-4);
divisão das águas e passagem através do Mar Vermelho (Ex. 14:21-2);
o exército do Faraó submergido no mar com dois demónios em cima deles a disparar-lhes flechas (Ex. 14:27-8);
Moisés e os israelitas cantam ao Senhor pelo seu triunfo sobre o Faraó (Ex. 15:1);
Moisés com as tábuas da Lei rodeado por oito tochas e a construção do bezerro de ouro (Ex. 31:18; 32:4-5);
o Tabernáculo (Ex. 36);
Moisés coloca uma serpente de bronze sobre uma coluna (Nm. 21:9);
Moisés fazendo brotar água da rocha (Nm. 20:11).

(Existe uma edição fac-similada da M. Moleiro, de onde copiei as imagens e as legendas)

"Amália em Nova Iorque" | Museu do Fado | 30 Out a 20 Dez | Amália 2009

 

Em cena até 20 de Dezembro

 

"Amália em Nova Iorque" De Vicente Alves do Ó

Grupo Cassefaz apresenta 45ª produção

Um espectáculo de e com Maria José Pascoal

De 30 de Outubro a 20 de Dezembro

Sextas 22h00, Sábados 18h00 e 22h00, Domingos 18h00

 

Sinopse

No ano em que se assinalam os 10 anos do desaparecimento de Amália Rodrigues, o Grupo Cassefaz apresenta o espectáculo "Amália em Nova Iorque".

 

A partir da peça escrita por Vicente Alves do Ó, a actriz Maria José Paschoal, constrói e interpreta um espectáculo que pretende essencialmente partilhar com o público a mulher para além da artista que Amália Rodrigues foi: os seus medos, fracassos, forças e a sua constante ligação com a morte.

Ora lisonjeada, ora atacada pelo País que ora a glorificou, ora a abandonou, esta peça é uma introspecção da sua vida enquanto mulher.

 

Bilheteira

Bilhete normal: € 15.00

Desconto para menores de 30 e maiores de 65 anos: € 10.00

Desconto Pin Cultura: 8.00 €

Com Cartão Cultura Sábado: na compra de 1 bilhete oferta de outro

 

Reservas e Informações:

 

Cassefaz Tel. 213 420 136 / 961 880 401

 

Museu do Fado Tel. 218 823 470 / http://www.museudofado.egeac.pt/

  

 

 

 Se não desejar receber informações acerca das actividades e dos eventos do Museu do Fado por favor responda a este e-mail e escreva "REMOVER" no Assunto.

 

 

Museu do Fado

Largo Chafariz de Dentro, 1  1100-139 Lisboa

Tel. 21 8823470 - Fax. 21 8823478

museudofado@egeac.pt

www.museudofado.egeac.pt

 

Pensamento.


"A tragédia do intelectual é que se sente atraído pela plenitude da vida e tem de ficar atado à sua tarefa, ligado aos deveres que impõe a si mesmo, amarrado ao ordenado, ao prosaico"

Stefan Zweig

A igreja da ... discórdia

Aqui está ela, a igreja, por enquanto ainda só em maquete, de que se fala. É o projecto de Troufa Real para o Alto do Restelo que tem suscitado grandes discussões. O Troufa diz que se inspirou na era dos Descobrimentos, daí o nome igreja-caravela, mas esta inspiração tem causado grandes divisões, do Patriarcado à vereação lisboeta: Sá Fernandes já disse que esta igreja é "medonha", enquanto que Manuel Salgado, vereador do Urbanismo, declarou que o projecto foi licenciado, foi aprovado por quem a vai usar- os paroquianos do Alto do Restelo, e trata-se de um edifício isolado.
No Facebook já há uma página contra o projecto que angariou 1500 aderente em poucos dias.
Que acham os leitores do Prosimetron?

Hoje na FNAC Chiado


António Lobo Antunes vai hoje à Fnac do Chiado falar do seu novo livro, a história de uma família ribatejana em decadência acelerada: drogas, pedofilia, jogo- melhor é impossível...
É às 19h30.

Citações - 49 : Objectividade e subjectividade

(...) BELEZA E IDENTIDADE De certa maneira, o mundo está dividido em dois: para o primeiro lado do mundo olhamos de forma objectiva ( o branco é branco, que não haja dúvidas) , enquanto para o outro olhamos de forma totalmente subjectiva e pessoal.
A inteligência e o bom senso existem quando olhamos para o primeiro lado. Mas uma pessoa só existe porque o seu pescoço está sempre a rodar em direcção ao segundo lado.
Vaneigem, autor que aconselho, definia objectividade como aquilo que permite dizer: « Amo aquela rapariga porque ela é bonita.»
Enquanto a sujectividade permite dizer: « Aquela rapariga é bonita porque a amo. »

Gonçalo M. Tavares, Da minha janela sujectiva, na Visão.

Coisas do Inferno... - 4

Este Caim ou Hitler no Inferno, pintado em 1944 nos Estados Unidos por George Grosz( 1893-1959 ), que havia sido proibido de pintar pelos nazis, mostra-nos um Caim-Hitler que acabou de matar o seu irmão, que jaz a seu lado, e é incomodado pelo calor das chamas e pelos esqueletos de milhares de mortos que avançam sobre si.

Pourquoi me réveiller...

João Pedro Ferro
(Lisboa, 27 de Novembro de 1966 - Lisboa, 26 de Outubro de 1994)

Faria hoje 43 anos! A morte levou-o aos 27 anos!
A obra impressa que nos deixou é vasta e de excelente qualidade... ocupa uma prateleira de uma estante (e ainda existem manuscritos em publicação). E se pensarmos que tinha apenas 27 anos, mais cientes ficamos do seu valor. Num dos seus últimos escritos (datado de 1993) deixou uma pergunta: "Até que ponto a sua [da sociedade] própria ideologia deve moralizar a sociedade no sentido de coartar a liberdade da imaginação e do prazer individual, quando este não prejudica senão o indivíduo?"
Falamos do JP, conhecido e amigo de alguns dos Prosimetronistas. Aqui fica um dos trechos da ópera que mais adorava... Werther (música de Jules Massenet e libreto de Edouard Blau).

(Orquestra Sinfónica de Madrid, Maestro Franco Patanè)

Numa das melhores interpretações de Krauss que conheço gravada!

Coisas...

Hieronymus Bosch, Os Sete Pecados Mortais, 1475-1480?
Hieronymus Boschx
Óleo sobre madeira, 120 × 150 cm, Museu do Prado, Madrid

Casamento do Céu e do Inferno
xx
No azul do céu metileno
a lua irônica diurética
é uma gravura de sala de jantar.
Anjos da guarda em expedição noturna
velam sonos púberes
espantando mosquitos
de cortinados e grinaldas.
Pela escada em espiral
diz-que tem virgens tresmalhadas,
incorporadas à via-láctea,
vaga-lumeando…
Por uma frincha o diabo espreita com o olho torto.
x
Carlos Drummond de Andrade, "Casamento do céu e do inferno", in: Alguma poesia, Rio de Janeiro : Record, 2001. p.19-20.
x
Com o meu agradecimento a APS que me levou a procurar este poema.

Coisas do céu ... 8.

A Ascensão da Virgem entre os coros angélicos, uma perspectiva das coisas do céu.
Francesco Botticini (c.1446-1498), Ascensão da Virgem, 1475-1476
x
Tempera on wood, 228.6 x 377.2 cm, National Gallery of London
x
Francesco Botticini nasceu em Florença e é um pintor renascentista. Estudou com Cosimo Rosselli e Andrea del Verrocchio.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Romântico

imagem roubada na net

Hoje estive a trabalhar numa secretária alheia, mas amiga. Estava um convite da Casa Fernando Pessoa com uma frase que, sem autorização do dono da secretária, resolvi copiar e divulgar (espero ser perdoado):

O mal romântico é este:
é querer a lua como se houvesse maneira de a obter.

Bernardo Soares.

Lisboa: Dom Quixote, 2009

Parabéns Tina Turner! - Proud Mary.

Parabéns pelos 70 anos cheios de energia.

1956 : Tommy Dorsey

Tommy Dorsey, trombonista, compositor e bandleader ( Tommy Dorsey Orchestra ), foi um dos grandes da era do Swing. Faleceu a 26 de Novembro de 1956, aos 51 anos, de uma indigestão.

Cinenovidades - 79 : Robert Pattinson

Neste dia em que estreia para o público em geral a mais recente adaptação dos livros de Stephenie Mayer, Lua Nova, com multidões certamente a acorrerem às salas de cinema lusas para verem a mais popular saga vampiresca dos últimos anos, falo aqui de Robert Pattinson por outro motivo: o jovem actor irá ser o protagonista de uma nova adaptação cinematográfica de Bel Ami, o romance de Guy de Maupassant.

Uma boa escolha



Fernando Pinto do Amaral, escritor e professor universitário, é o novo comissário do Plano Nacional de Leitura substituindo Isabel Alçada pelas razões que todos conhecemos.
Parece-me uma boa escolha.

David Fonsecax2


David Fonseca apresenta hoje o seu novo álbum: na Fnac do Chiado às 18h, e na de Cascais às 22h.

Coisas do Inferno... - 3

- Guillaume Geefs, Le génie du mal, mármore, 1848, Catedral de S.Paulo, Liége.

Esta escultura do belga Guillaume Geefs ( 1805-1883 ), além do facto de não ser muito habitual vermos tal "personagem" numa catedral, ainda para mais no caso perto do púlpito, tem uma particularidade interessante, um detalhe curioso a fazer lembrar uma velha discussão teológica- a redenção do Diabo no fim dos tempos...

Schubert Impromptu in E-flat, Op. 90-2 - Nikita Magaloff

Bom amanhecer com Schubert!

Melhor crer do que ler?

Saltério Glosado
Paris: Bibliothèque nationale de France,
f. 1r, Cenas do Antigo Testamento: a Criação

Arrumava alguns recortes de jornais e re-encontrei o artigo que Vasco Graça Moura publicou no Diário de Notícias, no dia 28 de Outubro de 2009, na página 54.
Devo confessar que fiquei surpreendido com o artigo. Não pela lúcidez de Vasco Graça Moura mas pela coragem que demonstrou ao publicar este artigo agora, embora já o tivesse indiciado em Outubro de 2001, na Revista Egoísta , ao escrever:
O Jeová da Bíblia é um ser caprichoso e muitas vezes iniquamente absurdo. O Deus dos Católicos (já agora, e por razões óbvias, é-me mais difícil falar do austero Deus dos protestantes...) é um ser em que o princípio da crueldade é transferido para a paixão de Cristo e que, no que respeita ao sem sentido do sofrimento do mundo, transpõe para uma dimensão escatológica a correcção de todas as injustiças e a abolição desse sofrimento. Em minha opinião, é preciso realmente ter muita fé para se acreditar e para se esperar que seja assim. Sem contar que se trata, no ensinamento eclesial ao longo de séculos e séculos, de um ser castrador e profundamente misógino, obstinado contra o que em nome dele se estigmatizava como 'pecado da carne', e redutor da filosofia (e portanto do próprio pensamento) à condição de serva da teologia (philosophia ancilla theologiae). A cultura, que para os Gregos era antropocêntrica, tende a tornar-se teocêntrica e cristocêntrica a partir dos primórdios do Cristianismo.
A lógica passou a ser substituída pela aceitação passiva dos chamados mistérios da fé. Deus, e não o homem, passa a ser a medida dogmática de todas as coisas. O Cristianismo instaurou uma cultura do arrependimento, na expectativa da misericórdia de um Deus cujos desígnios são imprescrutáveis."

E Vasco da Graça Moura escreve:

O Deus do Velho Testamento é um ser intolerante, insatisfeito e vingativo. A terribilità da voz dos profetas tem qualquer coisa de deriva totalitária, existindo para o anúncio reiterado da catástrofe, se à rigidez da norma divina não for sacrificado, sem dó nem piedade, tudo e mais alguma coisa. A Bíblia é um texto compósito, de múltipla autoria, com passagens que podem ser extremamente interessantes e outras que são uma maçada insuportável, e também só um crente muito crente é que pode pretender ver no texto uma unidade que a Bíblia não tem e dar tantas voltas ao torno da interpretação que acabe por ler nela o que ela não diz.
A esta minha opinião pode, evidentemente, ser contraposta qualquer outra. Por isso mesmo é que há liberdade de pensamento e de expressão. ...

Um artigo que vale a pena ler na integra. vou publicar o resto em comentário, para não alongar este post.

Desenhos 11.

Os putti desenhados por Albrecht Dürer são fabulosos pela expressividade realçada em cada um.
x
Albrecht Dürer, Anjos a dançar e a tocar, 1495

Tinta preta em papel, Pushkin Museum of Fine Arts, Moscovo, Rússia.

Os dois ases d’O Volante

Será que ele ainda se lembra, como eu? Pois era aquilo um terror apanicado, que nos tolhia a ambos. Um silêncio que nos calava, constrangidos, talvez a pensar quem iria primeiro para o olho da rua. Quando chegava da imprensa Astória o novel número d’O Volante, o Mário Cesariny de Vasconcelos e eu, que éramos os esteios da Redacção daquele órgão de automobilismo, turismo e aviação […], percorríamos as páginas à procura da gralha, do disparate que nos lixasse de vez. O director, Campos Júnior, durante algum tempo ainda supus ser o autor daqueles romances históricos (Ala dos Namorados, Os Doze de Inglaterra) que lera na infância, o nosso director e também o proprietário era exigentíssimo… mas só com os anúncios. Felizmente. Ou, decerto, não teria admitido dois sujeitos que de automobilismo nada percebiam. Poderei estar enganado: a minha só vantagem sobre o Mário era que eu sabia andar de bicicleta e ele acho que nem isso. Mais: eu comprara com uns dinheiros roubados uma moto BSA 2,5, LI – 5736, ao stand Vidal, coisa (ostentação de bens, em desmesura com os ganhos reais – fenómeno social muito em prática nos tempos que correm) que ia dando bronca.
As nossas aventuras naquele emprego maluco ainda agora me divertem. Havia, claro, quem ali percebesse de carros, era o Hélio Esteves Felgas. Nós limitávamo-nos às tarefas menos nobres, coisas de pacotilha, traduções, revisão tipográfica. E mesmo assim! Tenho contado isto: não querem acreditar-me! O Poeta Mário Cesariny de Vasconcelos e o Pacheco a fazerem a cobertura jornalística do circuito de Monsanto, na época a grande prova nacional, equivalente aos giros no autódromo; os Mil Quilómetros do Benfica, o Rally Shell e tantos mais. Não sei se alguma vez o Mário entrevistou o Fangio. Como sabia espanhol, seria ele o indicado. E como se desenrascaria? Lembro como eu fazia, em Monsanto: ia para junto das «boxes». Escutava, feito SIS, os comentários técnicos da malta. Registava. E trazia tudo para a minha reportagem. Ah, e antes que me esqueça, foram tempos esses que recordo com ternura. Havia mais companheiros: o Vítor Direito, estudante ainda; o João Alves das Neves, o José de Freitas. Acima, muito acima, o Cesariny, foi quando lhe editei o Manual de Prestidigitação e nos dávamos como irmãos.

Luiz Pacheco
In: Diário Económico, Lisboa, 26 Jul. 1995

Coisas do céu ... 7.

Dante e Beatriz fitam o Céu Superior (o Empíreo).
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Ilustração de Gustave Doré para a Divina Comédia,
Dante e Beatriz e a orla dos Anjos Celestiais, 1861


Desafio: Moleira (?) em Lisboa


Parece-me que é uma moleira com um burro e sacos de farinha. Linda fotografia de Lisboa. Em que zona da cidade?
Poderá ser uma vendedora ambulante!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

St. James Infirmary

Adoro esta música popular americana. Decidi colocá-la em três versões. Nada se sabe da sua origem, é anónima e foi celebrizada em 1928 por Louis Armstrong. Há quem atribua a sua composição a Irving Mills.
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St. James Infirmary
I went down to St. James Infirmary,
Saw my baby there,
Set down on a long white table,
So sweet, so cold, so fair.
Let her go, let her go,
God bless her,
Wherever she may be,
She can look this wide world over,
She'll never find a sweet man like me.
When I die, want you to dress me in straight-leg shoes,
Box back coat and a stetson hat,
Put a 20 dollar gold piece on my watch chain,
So the boys'll know that I died standing pat.
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Louis Armstrong - St. James Infirmary em ritmo de jazz
Joe Cocker - St. James Infirmary em ritmo de Blues

Eric Clapton e Dr John, St. James Infirmary em ritmo de Blues

Cinenovidades - 78 : Bruni e Allen


A primeira-dama francesa já declarou publicamente que irá participar num filme de Woody Allen. Depois das "declarações de amor" trocadas entre ambos na imprensa, Carla Bruni expressou em comunicado oficial a sua intenção de rodar com o realizador norte-americano.
Se o projecto se concretizar, será de certeza um caso inédito na história da sétima arte.

Lá fora - 60 : O grande Rogier em Lovaina


- Esta Descida da Cruz pertence ao Museu Nacional de Berlim.


Quem puder dar um salto a Lovaina não deverá perder a grande exposição dedicada a Rogier van der Weyden, patente no novo Museu M ( é mesmo assim que se chama ), inaugurado recentemente e que substitui o antigo Museu Municipal da cidade.
Habituei-me a considerar van der Weyden como um primitivo flamengo, mas parece que a mais recente "doutrina" sobre o pintor nascido em Tournai é outra. Desde logo, nas palavras do comissário da exposição, Jan van der Stock, que declarou que ele não é ni primitif ni flamand. Será só uma questão científica esta nova posição? Na Bélgica nunca se sabe...
Mais informação em : http://www.rogiervanderweyden.be/
- Rogier van der Weyden 1400/1464. Maître des passions, Museu M, Lovaina, até 6 de Dezembro.

Rinoceronte





Três pinturas de Rinoceronte, pseudónimo do pintor Renato Cruz (Vila Real de Santo António, 1946), o autor do Sherlock Holmes colocado pela Ana.

Para MLV


Parabéns!

Coisas do Inferno... - 2

Anedota que vale para a política espanhola e não só...






Se encuentran José Luís Rodríguez Zapatero ZP, George Bush y la reina de Inglaterra en el infierno... Bush le contaba a la reina de Inglaterra que había un teléfono rojo en el infierno y que iba a hablarl con el diablo para pedirle autorización para usarlo. Rápidamente, fue y le pidió al diablo permiso para hacer una llamada a los EEUU, para saber como quedaba el país después de su partida. El diablo le concedió la llamada y habló durante 2 minutos. Al colgar, el diablo le dijo que el costo de la llamada eran 3 millones de dólares, y Bush le pagó.
Al enterarse de esto, la reina de Inglaterra quiso hacer lo mismo y llamó a Inglaterra durante 5 minutos.
El diablo le pasó una cuenta de 10 millones de libras.
ZP también sintió ganas de llamar a España para ver como había dejado el país, y habló durante 3 horas. Cuando colgó, el diablo le dijo que eran 25 céntimos de Euro.
ZP se quedó atónito, pues había visto el costo de las llamadas de los demás, así que le preguntó por qué era tan barato llamar a España... Y el diablo le respondió:
- Mira, muchacho, con la cantidad de parados, las huelgas, los problemas en los hospitales públicos, los problemas educativos, la falta de agua, la kale borroka, los independentismos de aldea, la inmigración, la falta de justicia, la desmembración del Estado, la impunidad y corrupción política, la inseguridad ciudadana, el desgobierno, los incendios, los moros, los rumanos, los socios de ERC, ETA, la de igualdad Aido, los problemas de vivienda, la ministra Maleni y el inefable Moratinos, España es un caos, un infierno... ¡Y de infierno a infierno la llamada es LOCAL!















Ícones romenos em Lisboa

Depois de ter estado patente noutros locais de Lisboa, a Almae Luces, exposição itinerante de ícones ortodoxos romenos, está a partir de hoje no Instituto Cultural Romeno de Lisboa, que funciona no edifício do Institut Franco-Portugais ( Luís Bívar, 91 ),e até 8 de Janeiro.

Mais um prémio para Miguel Real

Gosto muito de Miguel Real, o ensaísta, porque nunca li nada da sua produção ficcional, e este Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa, publicado pela Quidnovi e que comprei mal saiu o ano passado, é efectivamente um brilhante ensaio sobre uma personalidade incontornável do séc.XX português.
Também assim o considerou o júri da Associação Portuguesa de Críticos Literários, que lhe atribuiu agora o Prémio Jacinto do Prado Coelho no valor de cinco mil euros.
Parabéns a Miguel Real.